No passado dia 22 de abril, os alunos da Escola Básica Agustina Bessa Luís, em Bagunte, receberam Filipa Lopes, doutorada em História, no âmbito do programa “Cientista Regressa à Escola”, uma iniciativa do Native Scientists (organização europeia sem fins lucrativos) que se encontra na terceira edição e que conta com o apoio da Junta da União de Freguesias de Bagunte, Outeiro Maior, Ferreiró e Parada e da Fundação Belmiro de Azevedo.

A gestora do programa especificou ao Terras do Ave que o programa surgiu no final de 2021 com o objetivo de apresentarem um cientista às crianças que estão prestes a rumar ao segundo ciclo, promovendo assim “a literacia científica (…) nas mesmas escolas em que [os cientistas] fizeram o primeiro ciclo”. Aos cientistas é proporcionada uma “formação em comunicação de ciência para crianças” para que consigam “planificar e organizar os conteúdos que são trabalhados nas oficinas”, assim como, a adequação de alguns conceitos que possam ser “demasiado complexos para esta faixa etária”, detalhou Mariana Ferreira.

No caso de Filipa Lopes, a historiadora confidenciou que soube da existência do programa através de “uma notícia” e após ter procurado “um pouco mais de informação”, comentou com o atual executivo da junta de freguesia que “seria uma atividade interessante” realizá-lo na sua primeira escola “em conjunto com as crianças”.

Em conjunto com o Native Scientists, Filipa Lopes preparou oficinas para duas turmas, uma do terceiro ano e outra do quarto, mas com uma matriz comum: procurar explicar como “é o dia-a-dia de um cientista e o seu trabalho”. Ao mesmo tempo, contou algumas das suas memórias de infância vividas na escola primária de Bagunte, que embora já não seja o mesmo edifício, serviu para “criar uma maior proximidade” com as crianças. A historiadora revelou que recebeu “um feedback [retorno] positivo” tanto dos professores como dos alunos, embora estes últimos tenham revelado alguma timidez inicial, deixando só para a parte final as questões que lhes aguçavam a curiosidade. Para Filipa Lopes, a experiência não podia ter sido mais positiva até porque não esconde que tem “muito gosto em trabalhar com crianças”. A “iniciativa tem bastante mérito” uma vez que traz “cientistas não só das áreas das ciências, da natureza, da matemática, mas também das ciências sociais e humanas”, sentencia.

Em termos globais, ao longo das duas edições anteriores o programa alcançou “1500 crianças em 45 escolas”, sendo que “73 por cento das crianças conheceram um cientista pela primeira vez através do programa e 98 por cento gostaram muito da experiência”, contabiliza Mariana Ferreira. Nesta terceira edição, “prevemos alcançar cerca de 2200 crianças (…) com 120 oficinas em 38 municípios”, afirmou a gestora que aponta objetivo desejado: “cobrir todas as escolas do país para que todas as crianças conheçam um cientista antes de transitarem para o quinto ano”.

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