Uma empresa localizada em Vilar do Pinheiro, a Havelar, está a desenvolver uma técnica de construção de habitações pioneira em Portugal, a impressão 3 D, que pode reduzir o tempo de edificação e o preço. Por exemplo, as paredes de betão para um imóvel com duas assoalhadas (casa com 90 metros quadrados e que está a servir de modelo) demoraram somente 18 horas a ficarem prontas e toda a restante estrutura – portas, janelas e outras valências – ficou disponível em duas semanas. No entanto, o que se mantém é todo a burocracia e estudos inerentes a um processo de construção.
O imóvel em causa, com resistência térmica e sísmica, comprova também aquilo que os responsáveis pela Havelar consideram ser um outro trunfo do seu produto: o preço. Neste caso de um T2, os interessados, além de disponibilizar o terreno, teriam de desembolsar 150 mil euros num negócio “chave na mão”.
Um trabalho com “menos 80 por cento de resíduos, 70 por cento mais rápido e 60 por cento de automação” é, resumidamente, o que a empresa esgrime para seduzir o mercado, anunciando ainda a colaboração com arquitetos de renome, como Álvaro Siza Vieira, Manuel Aires Mateus, Kengo Kuma, Glória Cabral, Francisco Keré e o gabinete OODA ao qual pertence Rodrigo Vilas-Boas, cofundador da Havelar. Os outros são José Maria Ferreira (da empresa Ecosteel, da Póvoa de Varzim) e Patrick Eichiner (o CEO). O investimento na formação da empresa rondou os cinco milhões de euros, incluindo a aquisição da impressora que pode fazer 50 casas 3D por ano, mas não está afastada a possibilidade da compra de um segundo equipamento, caso surjam, como esperam os investidores, projetos com mais de meia-centena de imóveis.
Para isso, a Havelar pretende estabelecer acordos com municípios, promotores imobiliários e proprietários de terrenos. E para entrar no mercado da “habitação acessível”, 20 fogos será o mínimo de um complexo, tendo em conta a economia de escala que tal implica.
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