A última sessão da Assembleia de Freguesia de Vila do Conde, realizada no Salão Paroquial da Caxinas, teve um momento inusitado: uma eleita da maioria socialista pediu a palavra, criticou a sua bancada e a gestão da Junta liderada por Isaac Braga (PS), anunciou a renúncia ao mandato e abandonou a sala.

Susana Barreto (na imagem) alegou que tinha detetado “uma progressiva dispensa” dos seus contributos, o que lhe tem causado “desmotivação”.

“Em resultado do total desacordo com o modo como as coisas têm sido conduzidas pelo executivo da Junta e pelo grupo político a que pertenço, tomei a decisão de renunciar, com efeitos imediatos, ao mandato de deputada”, especificou.

A decisão causou “surpresa” na bancada do PS, mas a porta-voz Eliana Félix registou que a deputada nunca esteve nas reuniões do grupo parlamentar.

Isaac Braga confessou também ter sido “apanhado de surpresa” e garantiu que a situação “não foi encenada”, apesar de na sala já se encontrar a substituta, Maria José Braga. O presidente da Junta disse que tal decorreu do facto dos elementos que compuseram a lista do PS, acompanharem habitualmente as sessões da assembleia.

Torcato Marques (PSD) disse que estava estupefacto com a situação e Fernando Barbosa (Movimento Elisa Ferraz / Nós Avançamos Unidos (NAU)) louvou a “coragem” de Susana Barreto que anunciou a saída com “dignidade de carater” e “olhos-nos-olhos”.

Mais tarde seria também revelado que “por razões profissionais” o enfermeiro David Serrão Braga, que estava no executivo da junta, tinha renunciado ao estatuto de eleito local. Por isso, a assembleia votou a ida para o executivo (vogal) de um outro elemento da lista do PS, no caso o mestre Carlos Cruz, que é o presidente da Apropesca- Organização de Produtores de Pesca. O seu nome recolheu 15 votos a favor, um contra e uma abstenção.

Na próxima edição em papel do seu jornal Terras do Ave encontrará uma versão mais pormenorizada da sessão da assembleia de freguesia de Vila do Conde.

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