O PSD de Vila do Conde emitiu um comunicado para exigir “uma explicação clara e imediata” do presidente da Câmara e do executivo municipal sobre o facto de não ter informado os vilacondenses que Sara Lobão iria tomar posse como deputada à Assembleia da República.
“Os vilacondenses merecem transparência e respeito, valores que devem pautar a gestão pública, em respeito pela confiança que os eleitores depositaram na equipa que elegeram para governar o Município”, lê-se no texto da Comissão Política Concelhia, liderada por Luísa Maia que foi publicada na página oficial do partido nas redes sociais.
“Esta falta de comunicação aos vilacondenses não tem qualquer justificação plausível, considerando que a candidatura de Sara Lobão já era de conhecimento público e, consequentemente, as suas possíveis implicações para a composição do executivo municipal já deveriam estar antecipadas”, refere os sociais-democratas perante o mutismo de Vítor Costa sempre “tão ávido na comunicação dos acontecimentos dos membros do seu executivo”.
“O silêncio da Câmara Municipal sobre este assunto, além de deixar no ar uma série de interrogações sobre o clima das relações entre os membros do executivo municipal, levanta as importantes questões sobre quem assumirá a vice-presidência do Município, cargo que agora se encontra vago, e se Sara Lobão se manterá como vereadora do executivo”, complementa o PSD.
Refira-se, no entanto, que, ao que o Terras do Ave conseguiu apurar, a entrada de Sara Lobão pode ser provisória e circunstancial.
O PS elegeu 13 deputados e Sara Lobão figurou na 17.ª posição da lista pelo Porto, ou seja ficou a quatro patamares da entrada direta. Sucede que até à tomada de posse do novo governo a 2 de abril, os ministros e secretários de estado continuam em funções no executivo e, como tal, estão impedidos de entrar para lugares no parlamento, como verificou a Comissão Eventual para a Verificação de Poderes dos Deputados. E abrem a porta à entrada de substitutos.
E por isso, como anunciou ao hemiciclo o deputado Hugo Carneiro, relator da Comissão e que deu conta do parecer sobre as entradas, no caso do PS no distrito do Porto foram verificados os impedimentos do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, também de Isabel Oneto, secretária de Estado da Administração Interna ainda João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e Desporto, e Eduardo Pinheiro, secretário de estado do Planeamento.
Entraram para os seus lugares Paulo Araújo Correia (era o 15.º e acede por impedimento da 14.ª, Lia Ferreira), Sara Lobão (a 17.ª assinou a presença, por impedimento de Rui Lage, o 16.º) , Hugo Carvalho(o 18.º) e António Faria (19.º).
Em tese, se os quatro membros do governo regressarem à Assembleia da República já no dia 2, os substitutos poderão ter de dar lugar aos eleitos à sua frente na lista.
No PSD houve também uma substituição: entrou a poveira Carla Barros (15.ª na lista) para o lugar de Óscar Afonso (4.º).
A política é uma matéria habitual na edição em papel do seu jornal Terras do Ave
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