
Opinião de Abel Maia
• Com a primavera no horizonte há que preparar os nossos jardins para a receberem em grande. Cidade cuidada é cidade apreciada. Trabalhar junto aos jardins da avenida Júlio Graça e da Alameda é privilégio. Um bem-haja ao trabalho de poda que está a ser feito no frondoso arvoredo (com a vantagem de não estar ninguém abraçado às árvores, estimulados por furtivos e inusitados apoios…lembram-se?). Outro bem-haja para a solução dos canteiros no jardim da Alameda. Libertar as raízes do empedrado e fazer pequenos canteiros à sua volta foi a melhor solução. Quando é bem, há que elogiar.
• Esta edição do Terras do Ave sai ao prelo a quatro dias das eleições nacionais. No ano em que completamos 50 anos da revolução do 25 abril a melhor láurea que podemos dar a quem lutou e se arriscou pela democracia e pela liberdade é a nossa presença massiva nas mesas de voto. Os problemas que temos, e verdadeiramente alguns teremos sempre – não há sociedades perfeitas -, não justificam o desinteresse e a abstenção que debilitam a participação cívica. A democracia é um livro aberto e inacabado e cada um de nós pode escrever uma linha. Vá votar.
• Após o degredo siberiano, a morte anunciada de Alexei Navalny que só ele parecia não temer, chegou a 16 de fevereiro. Lembra-nos a morte em 13 de fevereiro de 65 do general sem medo, Humberto Delgado. O modus faciendi e o modus operandi não são importantes. O resultado e objetivo foi o mesmo: – Silenciar. Sinal de medo dos ditadores. O regime do Estado Novo arrastou-se por mais 9 anos após o crime. Navalny morre e deixa um silêncio ensurdecedor. Se a abstenção do povo russo não continuar, poderá ser mais cedo do que tarde.
• A política local corre para bingo e sem oposição visível. Se acham que está bem assim, é porque têm razão. No executivo, um eleito desiste, uma eleita prepara-se para zarpar em nova eleição (tem o meu voto), depois de outra eleita ter sido repescada ao adversário. Boa sorte aos que saem. Conheço-lhes as capacidades. Serão perdas, seguramente. O bom senso de ambos fará falta, naquele frenesim de fotografias, onde estiveram quase sempre ausentes. Por opção, por imposição, ou porque se sabia que estavam ali com a vontade noutros sítios. Haja confiança nos substitutos.
Publicado no jornal a 6 de março. Outras opiniões: Gualter Sarmento, João Paulo Meneses, Adelina Piloto e Sara Padre. Na atual edição em papel: R. Cunha Reis, Pedro Pereira da Silva, João Paulo Meneses, Carlos Real e Miguel Torres.
Array
