Na passada edição deste jornal, saída no passado dia 7, referimos que o presidente da Câmara, Vítor Costa, anunciou numa conferência de imprensa realizada a 26 de janeiro, que os passadiços entre Azurara e Mindelo vão deixar a proximidade ao mar e passar para uma zona mais interior, ou seja, sofrerão uma deslocação para nascente “entre os 100 e os 150 metros”.
Face a esta intenção da autarquia e ainda à empreitada “de regularização do trecho terminal da Ribeira de Silvares”, a Associação Pé Ante Pé (APAP) refere , em comunicado enviado à nossa redação, que pediu a “intervenção com urgência” do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) já que, no seu entender, a intervenção dos passadiços vai sobrepor-se “com espécies de flora, fauna e habitat ameaçados e protegidos ao abrigo da legislação nacional e comunitária, incluindo a Diretiva Aves/ Habitat”.
Para a APAP a deslocalização do caminho em madeira “irá fragmentar em dois, em toda a sua extensão no sentido Norte/Sul a duna secundária/cinzenta existente, que é a maior e mais bem conservada do concelho, o que levará à sua destruição parcial, ao aumento do fenómeno de repulsa sobre a fauna, à alteração das dinâmicas sedimentares e da modelação natural dos terrenos, à presumível destruição dos charcos e valores florísticos existentes e à proliferação da flora exótica invasora, entre muitos outros impactes que levarão à perda significativa, senão mesmo total do seu valor ecológico”. Também a obra de “regularização da Ribeira de Silvares” merece a crítica da APAP porque “existe a paradoxal intenção de artificializar uma das poucas ribeiras do litoral norte cuja foz se apresenta em estado 100% natural, com o único objectivo de proteger os pilares da ponte pedonal associada ao passadiço”.
(Leia mais na última edição do seu jornal Terras do Ave)
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