“Obviamente, apresentei a minha demissão ao Presidente da República” confirmou António Costa ao justificar que a “dignidade de Primeiro- Ministro não é compatível com a suspeita de qualquer ato censurável”. Uma decisão tomada no dia em que soube que será instaurado com entre ele um “processo-crime” no Supremo Tribunal de Justiça (tal como prevê a Constituição) para investigar autonomamente a conduta do Primeiro-Ministro nos processos de concessão de exploração de lítio em Montalegre e Boticas, e de produção de energia a partir do hidrogénio em Sines.

Foram já constituídos como arguidos o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, também Vítor Escária, chefe de gabinete do Primeiro-Ministro; o advogado e consultor Lacerda Machado (conhecido pelo “melhor amigo de António Costa”), o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, e dois administradores da sociedade “Start Campus”

Em análise estão possíveis práticas dos crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e ainda de tráfico de influência.

“Estou disponível para colaborar” com a Justiça, disse Costa, acrescentando que na consciência não lhe pesa “qualquer ato censurável”, desconhecendo a matéria em causa, não sendo arguido. Ainda, assim garantiu que não será recandidato ao cargo, colocando um ponto final de “um ciclo de oito anos”.

A bola está agora nas mãos do Presidente da República que já convocou o Conselho de Estado.

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