No lugar de Figueiró de Baixo, em Bagunte, dois moinhos adquiridos pela junta de freguesia, no final do ano passado, vão ser alvo de trabalhos de recuperação para que toda a população possa usufruir dos equipamentos históricos, contou ao nosso jornal o presidente, Bernardino Silva.
O objetivo é começar por recuperar um dos moinhos “pondo-o com o equipamento pronto a funcionar, recuperar a zona envolvente e os canais para levar a água até lá”, explicou o líder da junta que agrega Bagunte, Outeiro Maior, Ferreiró e Parada. Será um espaço para mostrar como era aproveitada a força motriz da água. O outro moinho, “irá funcionar como espaço cultural, com exposição de fotografias e alguns desenhos”.
O autarca acrescentou ainda que a junta de freguesia tem intenção de “comprar mais moinhos para tentar recuperar ou pelo menos preservar as ruínas que lá existem” e até já foi contratado “um arquiteto especialista em recuperação de moinhos” que se encontra a trabalhar no projeto.
A Junta quer também envolver a população na recuperação do património e tem chamado as pessoas para as operações de limpeza da área envolvente. Numa das últimas vezes participaram “cerca de 40 pessoas” e em breve vai acontecer outra atividade semelhante. A que esteve inicialmente marcada para o passado sábado, 2 de março, foi adiada devido às condições meteorológicas para data ainda a definir.
Outro local que a junta de freguesia quer preservar é a casa da Quinta de Cavaleiros que, neste momento, pertence a privados. “Está em ruínas, só tem paredes ao alto, e neste momento, algumas dessas paredes já ameaçam ruir”, explicou o presidente, que também afirmou que têm sido feitas “algumas intervenções com autorização do proprietário” para limpar a área envolvente. Aquela casa pertenceu à família de Agustina Bessa Luís, sendo que as suas memórias de infância ali vividas “estão escritas em pelo menos sete dos livros dela”, vincou o autarca, daí que o local tenha feito parte das celebrações do centenário do nascimento da escritora, acolhendo encenações de alguns textos da autora, pelo grupo Os Restauradores. Bernardino Silva considera que está em causa “um património muito interessante e valioso”, mas como é privado, resta apenas “sensibilizar os proprietários” para a sua preservação.
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