A aprovação das contas, do ano passado, da Associação Cultural e Recreativa do Rancho das Rendilheiras do Monte foi feita por unanimidade e com um voto de louvor à direção presidida por Carlos Pontes que, em declarações ao Terras do Ave, disse entender esse apoio dos sócios (o universo chega às 450 pessoas) como sinónimo da confiança nos dirigentes e na gestão.

“A associação tem saúde financeira”, mas também exige uma dedicação permanente face à sua dimensão e constante atividade. O ano de 2023, por exemplo, foi “pleno de sucessos” com o ponto alto a ser atingido com os festejos de S. João, a atuação na Feira Nacional de Artesanato (FNA). Mas houve também o IV FolkMonte, o passeio do Rancho Infantil, o grande almoço do 105. ° aniversário, o primeiro convívio dos componentes que foram ao Brasil em 1975 e as festas de Natal do rancho atual e infantil.

Em nome da direção, Carlos Pontes agradeceu a todos que colaboraram com a instituição e, a nosso pedido, levantou um pouco de véu do que será, para o Monte, este 2024. As festas de S. João já estão a ser planeadas para ter o máximo esplendor e também no verão poderá ocorrer a receção a uma comitiva de Olinda, cidade brasileira geminada com Vila do Conde, que poderá abrir a porta a uma viagem, em 2025, do rancho vila-condense ao país irmão, do outro lado do Atlântico. Do ponto de vista pessoal, Carlos Pontes está a assinalar meio-século na associação onde “já fez de tudo”, continuando a preferir ser mais um líder “de mangas arregaçadas, de trabalho, do que de burocracia”.

O dirigente é também o autor “da maior parte das músicas do rancho (e as letras do professor Coutinhas)” ou não fosse essa (a música) uma das suas paixões. Foi até esse amor pelos sons e tons que, pela mão do pai e ainda adolescente, o levou à associação citadina. Aliás, embora seja o presidente, faz questão de acompanhar o rancho com o saxofone, um instrumento que, não sendo raro nesse tipo de espetáculos, também não será o mais comum.

O seu mandato termina no próximo ano e, nesta altura, Carlos Pontes ainda não sabe se vai concorrer a mais um mandato até porque, assume, “o cargo é desgastante”. Perguntamos-lhe qual foi o momento recente de maior canseira e à memória veio logo a iniciativa pública, em 2018, que permitiu ao Rancho do Monte estabelecer o recorde do Guiness – com 744 pessoas – da dança da chula. Em 2022, a comunidade portuguesa no Canadá quebrou esse máximo, com 748, mas o presidente da coletividade vila-condense não afasta totalmente a hipótese de o Rancho do Monte um dia voltar à carga. “A ver vamos”, disse, entre sorrisos.

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